quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O simbolismo do tesouro

          Vim refletindo sobre a importância que as pessoas de nossa sociedade dão de forma até patológica ao dinheiro. Tudo em nossa sociedade é o capital e cada vez mais ele domina nossas vidas. Então senti a necessidade de aprofundar essa reflexão e tentar entender porque tal obsessão pelo acumulo desse bem tão ambicionado.
           O cofrinho que temos em casa para guardar nosso dinheiro simboliza a necessidade de manter seguro e para acumular tal bem, tal como os reis e rainhas da Idade Média que ostentavam tesouros com belas joias e moedas de ouro, com isso se formou um simbolo de ostentação, beleza e volúpia. Mas como qualquer simbolo constitui várias dimensões, o tesouro também era um simbolo de conquista, em que heróis se arriscavam enfrentando vários monstros e adversidades para conquistar tal preciosidade. O tesouro também pode ter uma dimensão emocional, seria aquele tesouro que carregamos em nós mesmo que precisa ser descoberto.
             Mas na maioria das vezes o tesouro simboliza a ostentação e acumulo de bens e ele têm assumido várias figuras, como cofres públicos, cofres particulares, carteiras, caixas, etc. O principal objetivo é juntar, acumular, ostentar, aglomerar e amontoar. Gera uma dependência psicológica e um necessidade de manter tudo para si, assim se torna cada vez mais carente do dinheiro que ganha, e tende a sempre querer mais. Afinal, porque me preocupo tanto em abordar esse tema? será que não se pode também ser um atitude sadia ganhar alguma coisa para si para que isso me beneficie de alguma maneira no futuro? Importante dizer que a  preocupante possessividade que nosso sistema promove não nos torna mais desenvolvidos ou mais libertos como pretendemos ser, o fato que para tudo precisamos de dinheiro, ou seja tudo gira em volta desse pequeno pedaço de papel.
            Não há outras coisas a se preocupar? A dar importância e valor? Afinal, o valor e importância dado ao dinheiro só é feito pelo homem e não é nada imprescindível e vital para nós, podemos muito bem viver cada vez menos dependentes do dinheiro e isso nos faz entender o quanto somos capazes de nos adaptar.  Minha atitude com o dinheiro está se tornando mais relaxada cada vez mais, porque não vejo o mesmo valor que ele têm do mesmo jeito que os outros dão à esse bem. Tento então diminuir o seu valor utilizando-o de forma muitas vezes considerada irresponsável pelos juntadores. 
             O dinheiro não precisa ser a única forma de troca que um sociedade pode ter, trocas como o escambo e a troca de serviços pode servir muito bem para os mais diversos interesses. No cotidiano tentar ser menos dependente do dinheiro, porque não usar esse dinheiro acumulado para dar um presente para alguém que se gosta? Você nem vai ganhar o produto comprado nem vai poder guardar tal dinheiro, mas pode ganhar mais afeição da pessoa que se presenteou, pode também doar para uma instituição ou para qualquer outra causa que julga ser importante.
               Tente dar mais importância a coisas que nunca foi capaz de dar, tente ser mais desapegado, assim
poderá ser mais livre para escolher, desfrutar e almejar coisas de diversas naturezas e aspectos. Enfim, seja livre não se reduza à nada.
           

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