As noites aqui não
são frias, são quentes e cheias de medo. As casas vivem pela fome,
pela miséria, pela comida do Natal. As crianças vagabundas, sujas,
perversas andam pela casa catando objetos isolados. As cores que
rodeiam a cidade formam nuvens solitárias de um mundo cheio de
música, chove pétalas de luz sobre a asfalto, as mentes distraídas
passam pela rua da saudade.
A humanidade gira
entorno da mesma direção, incapazes de pensar, incapazes de sentir.
Os lunáticos da ultima ceia estão assassinando as pessoas de má-fé,
sacerdotes da esperança morrem de desgosto, a teoria da relatividade
se move pelas estrelas, os alquimistas tomam doses de mercúrio.
Mortes ocorrem em
todo ano e o sangue correm nas entranhas do enamorado, apaixonados
são destruidores da esperança, são mensageiros de debilidades
mentais. A paranoia é recomendada por 90% dos especialistas, o
esgoto será nosso lar, nosso sonho está acabado, nossa mesas estão
infiltradas pela desonra e pela polução.
Distúrbio de
comportamento é moda entre os jovens, os animais são andarilhos
entre os destroços construídos pelo homem, a janela de minha casa
mostra um sol de outras épocas.
Sou fruto do meio e da
metade das castas sociais, sou modelo do comportamento rebelde, sou
negócio para os grandes empresários, sou famoso pela minha
ignorância, sou um deserto de piedade.
A evolução do
sujeito se tornou um fardo, um momento de reflexão. Chegamos ao
nosso limite e somos obrigados a retornar e fincar nossos dedos no
chão para poder colher o fruto sagrado, nós somos alienados e
continuamos assim, sem futuro e sem passado, obliterados.
O suicídio
virou rotina, o sonho fugiu de meus braços largos dobrando o
universo em um abraço.
"o sonho fugiu de meus braços largos dobrando o universo em um abraço" muito legal isso, cara!
ResponderExcluirObrigado cara.
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