domingo, 18 de dezembro de 2011

Um pesadelo astral.


  As noites aqui não são frias, são quentes e cheias de medo. As casas vivem pela fome, pela miséria, pela comida do Natal. As crianças vagabundas, sujas, perversas andam pela casa catando objetos isolados. As cores que rodeiam a cidade formam nuvens solitárias de um mundo cheio de música, chove pétalas de luz sobre a asfalto, as mentes distraídas passam pela rua da saudade.
  A humanidade gira entorno da mesma direção, incapazes de pensar, incapazes de sentir. Os lunáticos da ultima ceia estão assassinando as pessoas de má-fé, sacerdotes da esperança morrem de desgosto, a teoria da relatividade se move pelas estrelas, os alquimistas tomam doses de mercúrio.
Mortes ocorrem em todo ano e o sangue correm nas entranhas do enamorado, apaixonados são destruidores da esperança, são mensageiros de debilidades mentais. A paranoia é recomendada por 90% dos especialistas, o esgoto será nosso lar, nosso sonho está acabado, nossa mesas estão infiltradas pela desonra e pela polução.
  Distúrbio de comportamento é moda entre os jovens, os animais são andarilhos entre os destroços construídos pelo homem, a janela de minha casa mostra um sol de outras épocas.
Sou fruto do meio e da metade das castas sociais, sou modelo do comportamento rebelde, sou negócio para os grandes empresários, sou famoso pela minha ignorância, sou um deserto de piedade.
  A evolução do sujeito se tornou um fardo, um momento de reflexão. Chegamos ao nosso limite e somos obrigados a retornar e fincar nossos dedos no chão para poder colher o fruto sagrado, nós somos alienados e continuamos assim, sem futuro e sem passado, obliterados.
  O suicídio virou rotina, o sonho fugiu de meus braços largos dobrando o universo em um abraço.

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